Na vida nem sempre fazemos tudo aquilo que sentimos vontade, nem sempre agimos de acordo com nosso desejo e nossa alma, muitas vezes nos vemos diante de situações em que a vida nos coloca onde somos obrigados a agir de acordo com a expectativa de outros, se não for obrigação é por senso de responsabilidade.
Quantas pessoas não trabalham exercendo funções que não gostam, que não têm a ver com sua alma, mas mesmo assim o fazem simplesmente por não ter outra opção? Quantas pessoas não acordam todas as manhãs se lamentando de mais um dia em que precisarão entrar numa sala e sentar à uma mesa para cumprir uma jornada de trabalho cansativa e estressante? Quantas pessoas não se lamentam dia após dia por viverem num relacionamento desgastado, complicado e triste, mas continuam por acreditarem que é o melhor para os filhos, para o parceiro, enfim…
As situações da vida que nos colocam no estado da carta do enforcado são inúmeras e cada um tem consigo ao menos um motivo para permanecerem nesta situação. A verdade é que mesmo sofrendo, mesmo sendo difícil, existe algo a se lucrar com essa atitude, algum benefício, quase sempre voltado aos outros, é o que motiva continuar na dura jornada.
A carta do enforcado vem falar a respeito dos sacrifícios voluntários, daquilo que fazemos porque queremos, porque sabemos que algo de bom virá depois de tanto sofrimento.
Muitas pessoas permanecem em relacionamentos infelizes por pensarem na família, nos filhos, pois acreditam que aguentar a situação vale a pena para não desestrututrar o lar, mas eu pergunto: até que ponto é válido esse sacrifício?
Se por acaso encontra-se num emprego que não gosta, que não suporta a idéia da segunda-feira chegar e mesmo assim vai, com pesar e continua fazendo a mesma coisa e se queixando, pergunto: o que te prende?
Se está num momento em que se sente obrigado(a) a fazer algo que não deseja e mesmo assim você faz de mal gosto, com revolta e amargor, pergunto: por que não desiste?
A carta do enforcado nos convida a refletir no por quê de nos permitirmos o sacrifício. Avaliar se vale a pena, analisar o que estamos proporcionando de bom para nós mesmos e para os outros, considerar a hipótese de desistir, de abrir mão e buscar por aquilo que realmente fale ao nosso coração.
Um ato de sacrifício é muito válido, desde que estejamos de bem com ele, desde que o realizemos sem pesos no peito, desde que seja realmente algo que possamos encarar como sagrado ofício (sacro ofício = sacrifício).
Drika Gomes
Taróloga e Numeróloga
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